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24 de Abril de 2024

Receita Federal caça contribuintes 'pobres' nas redes sociais

Publicado por Rebeca Lima
há 9 anos

Ao constatar inconsistências em declarações de imposto de renda, auditores recorrem a perfis de suspeitos em busca de pistas como fotos de carros de luxo e viagens ao Exterior.

O sujeito que mastiga pobreza na declaração do Imposto de Renda e arrota abastança em suas postagens nas redes sociais pode ser chamado a dar explicações à Receita Federal. No presente momento, em que as declarações de boa parte dos brasileiros estão sendo esquadrinhadas nos computadores do fisco, há auditores visitando também os perfis de contribuintes no Facebook e no Instagram em busca de sinais internéticos de luxo e esbanjamento.

A revelação foi feita dias atrás pelo próprio secretário nacional da Receita Federal, Jorge Rachid, em entrevista no Ministério da Fazenda.

– As redes sociais são fontes bastante ricas para fiscalização – admitiu.

A ideia é verificar o que estão postando nas redes sociais cidadãos cuja declaração revela alguma incongruência e passa a ser escrutinada pelos fiscais da Receita. A foto de um carro de luxo ou as imagens em um spa no Exterior, por exemplo, podem dar pistas de que um contribuinte está escondendo informações.

A Receita Federal em Brasília declinou o pedido de Zero Hora para que alguém falasse do assunto, mas o superintendente substituto regional, Angelo Rigoni, ofereceu algumas informações sobre como as redes sociais podem ajudar o fisco a buscar informações sobre possíveis casos de sonegação. Segundo ele, não há nenhuma orientação oficial ou estrutura montada para monitorar os perfis na rede, mas os auditores têm autonomia para vasculhar a internet se acharem que isso pode colaborar no trabalho.

– Não há uma orientação oficial ou uma forma institucionalizada de fazer essa busca. O que existe é usar todos os veículos disponíveis para buscar alguma informação. Qualquer fonte disponível pode ser aproveitada na apuração de fatos e irregularidades. O auditor tem liberdade de entrar no Facebook porque ele é aberto e pode trazer dados interessantes, que permitam verificar informações prestadas – observa Rigoni.

Conforme o superintendente substituto, essa investigação pode acontecer quando o sistema de informática da Receita detecta alguma inconsistência em uma declaração de renda. Nesse caso, o contribuinte cai na malha fina. É então que o servidor do fisco pode recorrer à web. O expediente também é útil em caso de denúncias.

Além disso, revela Rigoni, o fisco conta também com uma equipe de analistas responsável por planejar ações fiscais. Eles se debruçam principalmente sobre os dados que estão no próprio sistema da Receita, mas também estão sempre atentos ao noticiário e, agora, às redes sociais, para definir ações e diligências.

– Toda notícia que surgir pode ser utilizada. O auditor vai então aprofundar essa informação, buscar a confirmação em outras fontes, correr atrás da comprovação – afirma.

As redes sociais também têm sido utilizadas por advogados para construir seus casos. Everson da Silva Camargo, professor de Direito da Unisinos, conta que é comum os profissionais localizarem pessoas, comprovarem relações de intimidade ou verificarem patrimônio com a ajuda do Google e de perfis nas redes sociais.

– Em um caso, já entrei no Facebook de uma pessoa que alegava não ter bens e que postou a foto de carro e escreveu: "Hoje chegou meu brinquedinho novo" – relata Camargo.

O Leão não curte

Veja situações em que a Receita Federal pode bisbilhotar no perfil mantido por contribuintes em sites como o Facebook e o Instagram

Malha fina

As declarações de imposto de renda são submetidas a um sistema de informática que verifica se há inconsistência. Quando os dados não batem, a declaração cai na malha fina. Para verificar se há algum problema, auditores podem navegar nas redes sociais em busca de informações postadas pelo contribuinte.

Denúncia

Se o fisco recebe uma denúncia de sonegação envolvendo uma pessoa física ou uma empresa, ele se serve de todos os meios disponíveis para apurar a informação. Uma das possibilidades é vasculhar a internet à procura de pistas.

Planejamento

A receita conta com equipes que trabalham na análise de informações e programam ações de fiscalização. Esses servidores ficam atentos ao noticiário e às redes sociais, podendo deflagrar investigações quando deparam com algo que chame sua atenção.

Fonte: Zh Clicrbs

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3 Comentários

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Parabéns pelo conteúdo.

Que sirva de exemplo para aqueles que seguem a moda da ostentação, postar tudo para exibir.
Há muito tempo, ouvi de um professor de segurança de informática uma frase que na época não me soou bem.
Atualmente ouço notícias que me faz compreende-la cada vez mais.
A frase é a seguinte; "Internet é coisa do diabo, por isso que não tenho em casa"
Perguntei, como viver sem internet?
Respondeu Ele; Simples, faça como os comerciais de bebidas, aprecie com moderação. continuar lendo

Prezado Paulo, concordo que o uso desmedido das redes sociais pode trazer sérios prejuízos, sobretudo por questões de segurança e preservação da intimidade. Hoje em dia percebemos que a maioria das pessoas não consegue manter esse equilíbrio. Por outro lado, a ostentação e exibicionismo de diversos indivíduos pode servir, de forma positiva, para "revelar" a situação daqueles que tentam se furtar de suas obrigações. Neste contexto, poderíamos acrescentar aqueles que assinam declaração de pobreza no processo enquanto as redes sociais demonstram outra realidade, ou mesmo no caso de genitores que sustentam a impossibilidade de pagamento/aumento da pensão alimentícia enquanto as redes testemunham uma vida opulenta. continuar lendo

Muito bom o texto!
Os órgãos estão se especializando no que se refere a investigação e isso as redes sociais podem ajudar e muito. Concordo com tudo que possa facilitar a nossa vida, como advogados, e a vida dos nossos clientes. As redes sociais vieram para somar e é benéfica para quem as usa de forma prudente e sensata. continuar lendo